terça-feira, 14 de agosto de 2012

POVO POBRE EM FESTA RICA



CARNAVAL ANTIGO no Rio, em março/1951 (foto: LEONARD McCOMBE, Getty Images/IG)


POVO POBRE EM FESTA RICA




I

Chegou,

chegou a hora...

vamos embora

porque a Vida continua.

Vamos cantar

nossas tristezas

e saudar tanta beleza...

é hora de "pôr o Bloco na rua"!



I I

A Vida,

entre tanta dor e pranto,

tem seus encantos...

raia o sol e brilha a lua.

Nosso dever

é lutar sem um descanso,

sem "maré mansa"

porque a Vida continua !



I I I

Estamos unidos

nesta Vila nada rica,

buscando água na bica

com crianças seminuas...

sem pai, só mãe,

sem paz, sem pão e nem brinquedo,

trabalhando desde cedo

porque a Vida continua.



I V

O povo pobre,

que tem pouco em sua mesa,

só tem por sua riqueza

o labor e a decência.

Prefere o seu

a viver na opulência,

fruto de mil indecências...

é a verdade nua e crua !



V

E é esse povo

que desce da cada Morro

-- sem pedir nenhum socorro --

pra fazer a maior festa.

E é esse povo

que constrói o Carnaval

com sangue, suor e tal...

'inda dizem que não presta !

"NATO" AZEVEDO (12/08/2012)



(OBS.: 1 - homenagem ao Bloco

Carnavalesco Unidos da Vila Rica, do

Morro dos Cabritos, Copacabana/RJ.

2 - a melodia atual tem "semelhanças"

involuntárias com a obra de Clara

Nunes e de Martinho da Vila.)

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