sábado, 16 de maio de 2009

UM SÓ SENÃO...

UM SÓ SENÃO...

I
Já está surgindo a madrugada,
mas a vida em bares não é finda.
A moça morena não é amada
porém, mesmo assim, está tão linda.

I I
Todo mundo lá é tão risonho.
Há no ar odor de álcool e fumo.
Eu, por outro lado, só e tristonho,
com a minha dor sigo outro rumo.

I I I
Vago pela noite enluarada
sentindo no peito mil agonias.
Some já do céu a madrugada...
somem lá do céu estrelas vadias.

I V
Vejo delas o intenso lume
e é maior a treva de minh'alma.
Sinto de mil flores o perfume.
Preciso de amor e desta calma.

V
Se minha vida é toda dilema
eu escrevo, então, novo poema.
E há nele sempre um só senão:
êle é nada mais que um sonho vão!

"NATO" AZEVEDO
(Rio, RJ, 06/03/1975)

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